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Valor da produção e emprego na indústria rural paulista
O
Instituto de Economia Agrícola (IEA) realizou em 2003, pela segunda vez
consecutiva, levantamento anual, junto aos produtores ou responsáveis pelos
imóveis rurais, de dados relativos às atividades de beneficiamento agrícola
realizadas nas propriedades. O objetivo foi avaliar a dimensão e a importância
da indústria rural no Estado de São Paulo quanto à geração de renda e de
emprego. Tabela 1- Valor anual da produção da indústria rural, por
Atividade, Estado de São Paulo, 2001¹ e 2002 O
percentual da renda total nas UPAs, obtido com a atividade industrial,
concentrou-se na faixa de até 20%. Ou seja, cerca de 55% das 3.026 UPAs
respondentes desse item obtêm 20% de sua renda anual com a indústria rural. Na
faixa de 60,1% a 80% da renda total derivada da atividade industrial,
concentraram-se 897 UPAs, ou cerca de 30% das unidades respondentes, enquanto na
faixa de 80,1% a 100% situaram-se 417 UPAs ou 14% do total (tabela 2). Tabela 2- Número de UPAs de acordo com percentual da renda
total obtida com a indústria rural, 2001¹ e 2002 Do
total de UPAs informantes sobre o uso de matéria-prima, 2.216 (73,8%) utilizam
de 90,1% a 100% da sua própria matéria-prima na indústria rural (tabela 3).
Tabela 3- Número de UPAS, de acordo com percentual da
matéria-prima utilizada na atividade de beneficiamento produzida na UPA, 2001¹ e
2002 Quanto ao destino da produção da indústria rural, 2.603 UPAs (44,2%) comercializam o produto na própria unidade,
das quais 35,9% vendem de 30,1% a 50% da produção nesse equipamento e 28,8%, de
80,1% a 100%. O segundo lugar em ordem de importância ficou para a
comercialização com atacadistas, ou seja, 23,3% das UPAs (1.371) com produção
industrial destinam seu produto a esse equipamento. Já 22,8% das UPAs (1.340)
comercializam suas produções diretamente com as mercearias dos centros urbanos
mais próximos, das quais 43,4% comercializam de 80,1% a 100% do produto
processado nesse equipamento e 37,1%, de 50,1% a 80%. A venda para outra
indústria, bem menos expressiva, foi informada por apenas 6,8% (400) do total de
UPAs (tabela 4). Tabela 4 - Número de UPAs segundo o destino da produção da
indústria rural, 2001¹ e 2002 Cerca
de catorze mil pessoas ocupam-se da produção industrial rural paulista, em média
3,3 pessoas por UPA. Desse total, 42,8% (6.006) residem na UPA. Dos
trabalhadores residentes nas UPAs, 54,4% são proprietários (incluindo familiares
e agregados) e 45,5% são empregados permanentes. As categorias de parceiros e de
empregados temporários residentes nas UPAs não são representativas. Ao se
avaliar o total de dias trabalhados no ano para as diferentes categorias de
trabalho com maior representatividade, a maior média ocorre para os empregados
permanentes residentes (318,5 dias), seguida de proprietários não-residentes
(303,2 dias) e finalmente de empregados permanentes não-residentes (298,8 dias).
Ao se efetuar a multiplicação do total de pessoas ocupadas por categoria e a
média de dias trabalhados no ano, obtêm-se a estimativa do total de dias
trabalhados no ano. Trabalhadores residentes nas UPAS foram responsáveis por
1.577.383 dias/ano (46,9 %) e os não-residentes nas UPAs, por 1.787.349 (53,1%)
(tabela 5). Tabela 5 – População ocupada na indústria rural, por
categoria, 2001¹ e 2002 Os dados apresentados acima confirmam o crescimento do valor anual da produção da indústria rural e do emprego em 2002, o que reafirma a importância desse segmento do agronegócio na geração de renda e na absorção de mão-de-obra rural.
A pesquisa sobre a indústria rural paulista foi, a exemplo da anterior, incluída
no levantamento de previsão e estimativas de safras de junho de 2003, efetuado
pelo IEA em conjunto com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).
Deve ressaltar-se que indústria rural foi definida como o beneficiamento ou a
transformação, em bases artesanais, de matérias-primas vegetais ou animais,
próprias ou adquiridas de outros produtores, nas propriedades rurais para a
venda externa. Não foram consideradas como tal as grandes agroindústrias como as
usinas de açúcar, destilarias de álcool, extratoras de suco de laranja, fábricas
de laticínios e outras grandes instalações.
Cinco questões básicas foram elaboradas: valor anual da produção comercializada
com base em matéria-prima agrícola (referente à 2002); percentual da
matéria-prima na atividade de beneficiamento, produzido na própria Unidade de
Produção Agrícola (UPA); percentual da renda total da UPA obtido com as
atividades da indústria rural; destino do produto processado na UPA e ocupação e
emprego na indústria rural.
Foram contabilizadas 4.259 UPAs que desenvolviam atividades industriais de acordo com a pesquisa amostral realizada. As estimativas indicaram que o valor anual da produção da indústria rural paulista em 2002 foi de R$ 204.523.764,85. As atividades de leite
pasteurizado e de torrefação e moagem de café foram as que mais contribuíram
para esse resultado, com percentuais de aproximadamente 37% e 32%,
respectivamente. Dentre as demais, destacaram-se o processamento de frutas e
sucos (7,9%) e o processamento de madeira (3,5%). O item outros, que inclui
packing-house, atingiu percentual elevado, de 15,2% (tabela 1).
1Dados retificados
Doces, comp., gel., cons., pães, roscas, bol. Queijos, iogurte, mant., creme e doce de leite Mel Pescado Process. Hortaliças Process. Frutas, sucos Farinhas e polvilho Torrefação e moagem de café Aguardente Leite Pasteurizado ² Processamento de madeira Outros (inclusive Packing- house) Total
² No levantamento de
2001, o leite pasteurizado estava incluso no item outros, sendo considerado
separadamente apenas quando assinalado pelo informante
Fonte: IEA/CATI
¹ Dados retificados Ano Limites 80,1-100 60,1-80 20,1-60 até 20 Total
Fonte: IEA/CATI
¹ Dados retificados 90,1-100 20,1-90 Até 20 Total
Fonte: IEA/CATI
¹ Dados retificados Destino / Limites Venda na UPA Outra Indústria Cooperativa . 2002 0-5 5,1-10 10,1-15 15,1-20 20,1-30 30,1-50 50,1-80 80,1-100 Total Percentual
Fonte: IEA/CATI
¹ Dados retificados Categoria Residente na UPA Dias/ano Dias/ano Proprietário, familiares e agregados Parceiro, sócio, familiares e agregados Empregados Permanentes Empregados Temporários Sub-Total Não-residente na UPA Proprietário, familiares e agregados Parceiro, sócio, familiares e agregados Empregados Permanentes Empregados Temporários Sub-Total Total
Fonte: IEA/CATI
Data de Publicação: 13/07/2004
Autor(es):
Marina Brasil Rocha (mabrasil@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Maria Carlota Meloni Vicente (carlota@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor