Em junho de 2005, a ocupação da mão-de-obra não-residente nas UPAs superou em cerca de 120,2 mil pessoas o total de trabalhadores residentes, ou seja, 595.769 pessoas (55,6% do total ocupado) As categorias mais importantes foram os volantes (bóias-frias), com 40,8% (242.859); os assalariados (administrador, mensalista, diarista e tratorista), com 29,6% (176.088); e os proprietários, com 21,4% (127.494).
            Em 2005, as categorias pesquisadas apresentaram decréscimo na ocupação, exceto a de volantes, com acréscimos de 33,9% e 18,0%, em relação a junho e novembro de 2004, respectivamente.
            A participação de mulheres no trabalho volante foi de 15% (36.929 mulheres) em junho de 2005. O trabalho de menores de 15 anos teve pequena participação (0,6%) em relação ao total de volantes ocupados.
            Na safra 2004/05, o setor agropecuário paulista apresentou, de acordo com estimativas preliminares, valor da produção de R$ 28,1 bilhões, 2,7% inferior ao do ano anterior (R$ 28,9 bilhões), a preços de junho de 2005, corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. O decréscimo observado deveu-se, principalmente, à queda nos preços dos produtos considerados, cujo índice geral foi 2,3% abaixo do de 2004, sendo que a produção agropecuária total se mantém estável (-0,4%)².
            Note-se que a ocupação da mão-de-obra na agricultura está relacionada ao desempenho da safra agrícola, principalmente dos produtos que ainda possuem a colheita predominantemente manual.
            Os resultados obtidos nas produções de amendoim das águas (30,7%), batata das águas (1,3%) e de inverno (12,5%), cebola de soqueira (6,2%), mamona (50,1%), mandioca para indústria (30,3%) e trigo (18,4%) foram positivos em relação à safra anterior (2003/04). Nos cultivos perenes e semi-perenes mais importantes, a variação positiva foi observada apenas na cana para indústria (1,1%). Já nas produções de café e de laranja foram observados decréscimos de 20,0% e de 3,5%, respectivamente³.
            As frutíferas e as olerícolas em geral são relevantes para a ocupação de mão-de-obra, pois exigem cuidados especiais para obtenção de produtos de boa qualidade, bem como possuem colheita realizada de forma manual. Nesta safra, foram positivos os resultados nas produções de abacaxi (18,9%),figo para mesa (16,7%), goiaba paluma para indústria (11,9%), goiaba para mesa (6,2%%), mamão (6,9%), mamão Havaí (25,6%), melancia (23,8%), murcote (10,1%), tangerina (12,2%), uva para indústria (25,6%) e uva fina para mesa (3,0%). Dentre as olerícolas importantes, destacou-se o acréscimo nas produções de tomate envarado (8,8%) e rasteiro (14,6%).
            As estimativas de junho de 2005 sobre a ocupação de mão-de-obra em atividades não-agrícolas (industriais, administrativas e serviços) mostraram aumento de 1,3% no número de pessoas (para o total de 115,7 mil pessoas), quando comparado com igual mês do ano anterior. A principal empregadora foi à atividade industrial, com 74,3% (85.979) do total.
            O número de pessoas ocupadas na atividade industrial também está relacionado ao desempenho da produção agrícola, ao passo que na atividade de serviços esse fator tem menor influência. Os indivíduos residentes nas UPAs, que exercem atividades industriais ou de serviços na cidade, estiveram em torno de 19,9mil pessoas (tabela 2).

Tabela 2 - Estimativa da população trabalhadora em atividades econômicas rurais não-agrícolas, Estado de São Paulo, Junho e Novembro de 2004 e Junho de 2005

            Com o intuito de complementar o quadro de ocupação de mão-de-obra na safra 2004/05, novas estimativas sobre o mercado de trabalho no rural paulista serão levantadas em novembro do corrente ano. Isto possibilitará acompanhar a situação do mercado de trabalho enquanto ainda são realizadas as colheitas de cana-de-açúcar e de laranja, bem como se desenvolve a safra 2005/06⁴.⁵

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¹ Para estimar o total de pessoas ocupadas nas atividades rurais do estado de São Paulo, a atual amostra probabilística é composta por 3.204 unidades de produção agropecuária (UPAs) e foi sorteada com base no cadastro obtido no Censo Agropecuário realizado por meio do IEA e da CATI, conhecido por Projeto LUPA.
² TSUNECHIRO, A. et al. Estimativa Preliminar do Valor da Produção Agropecuária do Estado de São Paulo em 2005, Informações Econômicas, São Paulo, v. 35, n.10, p. -, out. 2005
³ CASER, D.V. et al. Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas no Estado de São Paulo, ano agrícola 2004/05, 4º e 5° Levantamentos, abril e junho de 2005. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br/
⁴ Os autores agradecem ao Analista de Sistema Arnaldo Lopes Júnior
⁵ Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-104/2005