Exportações dos agronegócios brasileiros, janeiro-setembro de 2006: vendas para a China

            As exportações dos agronegócios brasileiros para a China totalizaram US$ 3,18 bilhões nos primeiros nove meses de 2006, um incremento de 40,5% em relação aos US$ 2,26 bilhões obtidos em igual período de 2005. Esse desempenho mostra-se superior ao das exportações totais brasileiras (+16,1%) no mesmo período, das vendas externas dos agronegócios (+9,9%) e das exportações totais para a China (+34,8%) (tabela 1).

Tabela 1 - Exportações brasileiras para a China no nos primeiros nove meses, totais e dos agronegócios, 2005 e 2006, em US$ 1000

Total/ setor
2005
2006
Variação (%)
Exportação do Brasil
86.719.266
100.711.573
16,14
Exportação para China
4.761.827
6.416.332
34,75
Exportação dos Agronegócios
34.509.884
37.911.127
9,86
Agronegócios para .China 
2.262.796
3.178.948
40,49
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            A representatividade das vendas para a China nas exportações brasileiras elevou-se de 5,5% em 2005 para 6,4% em período similar de 2006. Isso também ocorre nos agronegócios cuja proporção aumenta de 6,6% para 8,4% no cotejo dos períodos considerados. Das vendas para a China, os agronegócios responderam por 47,5% em 2005 e por 49,5% em igual período de 2006 (tabela 2).

Tabela 2 - Participação das vendas para a China nas exportações brasileiras, de janeiro a setembro, 2005 e 2006, em porcentagem

Participação
2005
2006 
Agronegócios p/China nos agronegócios 
6,56 
8,39 
Agronegócios nas vendas p/ China
47,52 
49,54 
Agronegócios p/China nas exportações totais
2,61 
3,16 
Exportações p/China nas exportações totais
5,49 
6,37 
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao tomar o perfil de agregação de valor das exportações dos agronegócios para a China, ensejadas nos primeiros nove meses de 2006, verifica-se que o Brasil não apenas vende para esse país asiático preferencialmente produtos básicos. As vendas com esse nível de agregação de valor, nas transações com a China, atingem 73,4%, enquanto a participação desse perfil de produto nas exportações setoriais totais é de 45,3% (tabela 3). Nessa relação, o Brasil insere-se tipicamente como primário-exportador.

Tabela 3 - Participação dos diferentes perfis de agregação do valor nas exportações dos agronegócios brasileiros, de janeiro a setembro de 2006, em porcentagem

Agregação de valor
Total 
China 
Básicos
45,36 
73,40 
Semimanufaturados 
19,74 
24,02 
Manufaturados
34,90 
2,57 
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Há enorme concentração das exportações dos agronegócios brasileiros para a China. Os cinco principais grupos de cadeias de produção, que em 2005 consolidaram negócios de US$ 2,12 bilhões representando 93,7% do total, em igual período de 2006 somaram US$ 3,06 bilhões, um crescimento de 44,5%. Com isso, passam a significar 96,4% das vendas concretizadas. Destaque para o grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas, no qual estão incluídos soja e derivados que atingiram US$ 1,58 bilhão (69,7%) em 2005, aumentando 45,9%, para US$ 2,30 bilhões, em igual período de 2006 (tabela 4).

Tabela 4 - Principais grupos de cadeias de produção das exportações dos agronegócios brasileiros para a China de janeiro a setembro, 2005 e 2006

Grupos
1º.semestre/2005 
1º.semestre/2006 
Variação % 
US$ 1000 
US$ 1000 
Cereais, Leg. e Oleaginosas
1.576.481
2.299.974
72,35
45,89
Produtos Florestais
277.776
414.545
13,04
49,24
Bovídeos
178.057
254.646
8,01
43,01
Têxteis
48.185
51.903
1,63
7,72
Frutas
40.488
 
44.173
1,39
9,10
Subtotal
2.120.988
 
3.065.241
96,42
44,52
Agronegócios Especiais
46
30.230
0,95
65.350,60
Suínos e Aves
25.808
29.539
0,93
14,46
Bens de Capital e Insumos
23.666
19.936
0,63
-15,76
Cana e Sacarídeas
66.881
18.333
0,58
-72,59
Fumo
20.124
13.492
0,42
-32,95
Café e Estimulantes
2.073
1.404
0,04
-32,25
Pescado
3.178
728
0,02
-77,10
Flores e Ornamentais
33
45
0,00
36,45
Subtotal
141.809
 
113.707
3,58
-19,82
Total 
2.262.796
 
3.178.948
100,00
40,49
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao destacar a agregação de valor para os principais grupos de cadeias de produção transacionados com a China, nota-se a elevada participação dos produtos básicos que somaram US$ 2,33 bilhões (73,4%) em 2006. E dentre eles os cereais, leguminosas e oleaginosas (soja e derivados), com US$ 2,21 bilhões, o que corresponde a 96,5% das vendas desse grupo de mercadorias (tabela 5).

Tabela 5 - Agregação de valor nos principais grupos de cadeias de produção das exportações dos agronegócios brasileiros para a China de janeiro a setembro de 2006

Grupos
Básicos
Semimanufaturados
Manufaturados
US$ 1000 
%
US$ 1000  US$ 1000 
Agronegocios especiais
783
3,93
9.899
49,65
9.254
46,42
Bens de capital / insumos
0
0,00
0
0,00
13.492
100,00
Bovídeos
852
0,33
252.379
99,11
1.415
0,56
Café e estimulantes
564
40,15
0
0,00
841
59,85
Cana e sacarídeas
0
0,00
29.794
98,56
435
1,44
Cereais / leg. / oleaginosas
2.218.777
96,47
79.711
3,47
1.487
0,06
Flores e ornamentais
45
100,00
0
0,00
0
0,00
Frutas
989
3,35
63
0,21
28.487
96,44
Fumo
51.903
100,00
0
0,00
0
0,00
Pescado
351
48,29
0
0,00
376
51,71
Produtos florestais
0
0,00
391.673
94,48
22.872
5,52
Suínos e aves
18.285
99,74
0
0,00
48
0,26
Têxteis
40.904
92,60
163
0,37
3.107
7,03
Exportações totais
2.333.454
73,40
763.681
24,02
81.813
2,57
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Clique aqui para ver a tabela 6 - Exportações para China, por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Setembro de 2005 e 2006

Data de Publicação: 13/11/2006

Autor(es): José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor