De janeiro a dezembro de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 45,93 bilhões (33,4% do total nacional), e as importações2 US$ 37,07 bilhões (40,6% do total nacional), registrando superávit de US$ 8,86 bilhões. Esse resultado consolida a tendência de superávits consecutivos e crescentes que interromperam a seqüência de déficits observados na balança comercial paulista no passado recente. Em relação ao período de janeiro a dezembro de 2005, o valor das exportações paulistas aumentou 20,8% e o das importações 21,5% (gráfico 1 e Tabela 1). O desempenho paulista de crescimento nas exportações (+20,8%), comparando-se os no conjunto dos doze meses de 2005 e de 2006, ficou acima da média brasileira (+16,2%). Nas importações ocorreu menor incremento em São Paulo (+21,5%) do que no Brasil (+24,2%). Assim, na conjunção das performances das exportações e importações, o saldo da balança comercial paulista teve crescimento (+18,0%) maior que o da brasileira (+3,1%).

Gráfico 1 - São Paulo, Balança Comercial, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA (dados básicos da SECEX/MDIC)

            Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações crescentes (+25,4%), atingindo US$ 14,74 bilhões, enquanto as importações aumentaram 21,4%, somando cerca de US$ 4,59 bilhões, com saldo de US$ 10,15 bilhões3, 27,4% maior do que o de janeiro a dezembro de 2005. As aquisições de produtos estrangeiros relacionados ao agronegócios, realizadas a partir de São Paulo, tiveram comportamento similar (+21,4%) que as importações totais estaduais (+21,5%). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios – somaram US$ 32,48 bilhões para exportações de US$ 31,19 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 1,29 bilhão de janeiro a dezembro de 2006 (gráfico 2, tabelas 1 e 2). Disso conclui-se que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho dos agronegócios estaduais.

Gráfico 2 - São Paulo, Balança Comercial dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA (dados básicos da SECEX/MDIC)

            A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado aumentou 1,2 ponto percentual, enquanto a participação das importações se manteve durante o ano de 2006 (gráfico 3 e tabela 1).

Gráfico 3 - São Paulo - Balança Comercial - Participação dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006.

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 46,07 bilhões de janeiro a dezembro de 2006, com exportações de US$ 137,47 bilhões e importações de US$ 91,40 bilhões. Esse superávit, 3,1% maior do que o do mesmo período em 2005, aconteceu apesar de aumento nas exportações (+16,2%) ter sido inferior ao das importações (+24,2%) (gráfico 4 e tabela 3). Isso mostra que a valorização da moeda brasileira a afeta de forma relevante os indicadores do comércio exterior nacional, estimulando importações.

Gráfico 4 - Brasil - Balança Comercial, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

Fonte: IEA/APTA (dados básicos da SECEX/MDIC)

            Em 2006, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 12,3% em relação a janeiro a dezembro do ano anterior, atingindo US$ 52,01 bilhões (37,8% do total). Já as importações do setor aumentaram 20,1%, também em comparação com janeiro a dezembro de 2005, somando US$ 12,09 bilhões (13,2% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a dezembro de 2006 foi de US$ 39,92 bilhões4, 10,2% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5, tabelas 3 e 4). Assim, a despeito da crise setorial, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, pois não fosse a continuidade do crescimento dos saldos comerciais setoriais, o superávit do comércio exterior nacional seria muito menor.

Gráfico 5 - Brasil - Balança Comercial dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

            As participações dos agronegócios nos totais do País diminuíram significativamente, tanto em termos das exportações (-1,3 ponto percentual) como das importações (-0,5 ponto percentual) (gráfico 6, tabelas 3 e 4), em decorrência do avanço das transações externas de outros setores.

Gráfico 6 - Brasil - Balança Comercial - Participação dos Agronegócios, Janeiro a Setembro, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA (dados básicos da SECEX/MDIC)

            As participações paulistas nos totais da balança comercial brasileira cresceram significativamente em termos das exportações (+1,3 ponto percentual) e diminuíram no tocante às importações (-0,8 ponto percentual) (gráfico7, tabela 2).

Gráfico 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA (dados básicos da SECEX/MDIC)

            Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo nos doze meses de 2006 representaram cerca de 28,3%, ou seja 2,9 pontos percentuais a mais que de em janeiro a dezembro de 2005, enquanto as importações representaram 38,0%, sendo 0,5 ponto percentual superior à verificada no ano anterior (gráfico 8 e tabela 2).

Gráfico 8 - Balança Comercial, Participação do Agronegócio Paulistas no Brasileiro, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA (dados básicos da SECEX/MDIC)

            Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios paulistas, de janeiro a dezembro de 2006, foram: cana e sacarídeas (US$ 5,65 bilhões), bovídeos (US$ 2,75 bilhões); frutas (US$ 1,57 bilhão), produtos florestais (US$ 1,55 bilhão) e bens de capital e insumos (US$ 0,80 bilhão), que juntos perfazem 83,6% das exportações setoriais paulistas (tabela 5).
            Em âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios foram: cereais / leguminosas / oleaginosas (US$ 10,27 bilhões); produtos florestais (US$ 8,19 bilhões); cana e sacarídeas (US$ 7,80 bilhões), bovídeos (US$ 7,69 bilhões) e suínos e aves (US$ 4,55 bilhões), que no conjunto totalizam 74,0% das vendas externas dos agronegócios (tabela 6).
            A quantidade exportada5 de produtos dos agronegócios brasileiros cresceu 0,4% de janeiro a dezembro de 2006, quando comparada com a do mesmo período de 2005, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo teve queda de 0,8%. Os preços dos produtos exportados pelos agronegócios subiram 11,9% em nível nacional e 26,4% no âmbito de São Paulo (tabela 7). Esse comportamento revela que as exportações dos agronegócios paulistas recebem notório estímulo de preços internacionais crescentes, fazendo com que mesmo com volumes decrescentes, tenha havido aumento da geração de divisas, o que influenciou o desempenho nacional.
            Cerca de 56,1% do valor das exportações brasileiras dos agronegócios de janeiro a dezembro de 2006 corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados) e 43,9% de produtos básicos. No Estado de São Paulo, os produtos básicos representam apenas 17,4% e a participação de produtos industrializados dos agronegócios se mostra muito maior (82,6%), evidenciando índices superiores de agregação de valor (tabela 8).
            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no período de janeiro a dezembro de 2006, representando 59,3% do valor total de exportações nacionais de mercadorias dos agronegócios. No caso do Estado de São Paulo, esse grupo também foi o principal (53,2% do valor total) (tabela 9).

Tabela 1 - Estado de São Paulo - Balança Comercial, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006
(US$ bilhões)

Tabela 2. - Participação da Balança Comercial do Estado de São Paulo na Brasileira, Total e Agronegócios, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

Tabela 3. - Brasil – Balança Comercial , Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006
( US$ bilhão)

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¹ Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
² Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
³ Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foram de US$10,14 bilhões.
⁴ Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foram de US$ 42,69 bilhões.
⁵ As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fisher.

Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2006

Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2006

Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2005 e Janeiro a Dezembro de 2006

Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005 e Janeiro a Dezembro de 2006

Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo,  Janeiro a Dezembro de 2006

Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2005 e Janeiro a Dezembro de 2006

Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2005 e Janeiro a Dezembro de 2006

Variações de Quantidade e Preço, Exportações e Importações por Grupos de Mercadorias dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2006

Variações de Quantidade e Preço de Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2006

Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2006

Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2006

Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2006

Relação de Mercadorias dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro , 2005 e 2006