Preços agropecuários encerram mês de fevereiro em alta de 1,70%

            O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 encerrou o mês de fevereiro de 2009 em alta de 1,70%. Os índices dos produtos de origem vegetal (IqPR-V) e animal (IqPR-A) fecharam com variação positiva de 1,76% e 1,54% respectivamente (Tabela 1). Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, o IqPR fica em 0,82%, e o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) passa para 0,13% (Tabela 1).

Tabela 1 - Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, Fevereiro de 2009 e Acumulado nos Últimos 12 Meses.

Índice Acumulado
São Paulo
São Paulo - sem cana
Variação Fevereiro/09
Acumulado nos últimos 12 meses
Variação Fevereiro/09
Acumulado nos últimos 12 meses
IqPR
1,70% 
8,10%
0,82% 
5,49%
IqPR-V
1,76% 
6,42%
0,13% 
-1,02%
IqPR-A
1,54% 
11,63%

Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            No acumulado dos últimos 12 meses, os resultados do índice dos produtos agropecuários (IqPR) indicaram valorização de 8,10%, sendo que para os produtos vegetais (IqPR-V) o aumento foi de 6,42%; e para os produtos de origem animal (IqPR-A) 11,63%. Desconsiderando a cana-de-açúcar do cálculo do índice os resultados têm significativas reduções: o IqPR fecha o acumulado em 5,49% e o IqPR-V fica com variação de -1,02% (Tabela 1).

Tabela 2 - Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, Fevereiro de 2009.


 

            Os produtos do IqPR que registraram altas no mês de fevereiro, em comparação com o mês anterior foram: ovos (14,76%), laranja para mesa (9,91%), laranja para indústria (9,59%),carne de frango (6,97%) e amendoim (5,87%) (Tabela 2).

            A alta do preço dos ovos é decorrente da tendência de aumento de consumo, em virtude do início do ano escolar e do período de quaresma. Para a carne de frango o menor alojamento de pintinhos diminuiu a oferta, contribuindo assim para o aumento das cotações.

            Nas laranjas –indústria e mesa– o maior consumo de suco no verão associado à escassez relativa de produto nesta época do ano impulsionou os preços para cima. Além disso, as desvalorizações da moeda nacional frente ao dólar pressionam para elevação dos preços internos de produtos com formação de preços no mercado internacional, casos da laranja para indústria.

            Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços no mês de fevereiro foram: tomate para mesa (38,62%), feijão (22,59%), carne suína (16,81%), banana (16,46%) e milho (4,77%) (Tabela 2).

            Os preços do tomate continuaram em queda, ainda em virtude do ajuste de preço de mercado. Para a banana, a variação negativa no período reflete a grande oferta de frutas concorrentes nessa época do ano.

            Para o feijão, o recuo dos preços decorre de que, após a safra paranaense ter se normalizado e a quebra absorvida pelo mercado, as colheitas das novas regiões ofertantes nesta época do ano, estão dentro de padrões normais, com relativa sobra de oferta, o que implica em queda dos preços recebidos pelos produtores.

            A queda de preços da carne suína é influenciada pela retração do consumo. A expectativa é de retração das exportações e de redirecionamento da oferta ao mercado interno.

            Em fevereiro, 9 produtos apresentaram alta de preços (7 de origem vegetal e 2 de origem animal) e 9 apresentaram queda (5 de origem vegetal e 4 produtos de origem animal).

            Na comparação dos preços de fevereiro de 2009 com fevereiro de 2008, dos produtos analisados, 8 tiveram variações positivas do preço pago ao produtor e 10 apresentaram queda. As principais altas ficaram por conta dos produtos básicos no item alimentação, na ordem: tomate (45,31%), carne de frango (31,23%), arroz (30,57%) e a carne bovina (14,19%). A cana de açúcar também teve forte valorização no período de 11,07%, em função das elevações dos preços do açúcar e do álcool combustível.

            Já as maiores variações negativas foram verificadas nas cotações do feijão (56,96%), amendoim (46,96%), banana nanica (45,50%) e as laranjas para indústria e mesa (36,85% e 34,89% respectivamente) (Tabela 2).
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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/02/2009 a 28/02/2009 e base = 01/01/2009 a 31/01/2009.

²Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573

Data de Publicação: 04/03/2009

Autor(es): Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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