No Primeiro Bimestre de 2011, as exportações do Estado de São Paulo¹ somaram US$7,44 bilhões (23,3% do total nacional) e as importações²_, US$11,39 bilhões (37,6% do total nacional), registrando um déficit de US$3,95 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2010, o valor das exportações paulistas cresceu 16,8% e o das importações, 26,4%, com significativa elevação do déficit comercial (+49,6%) (Figura 1). Comparando-se o primeiro bimestre de 2011 com o mesmo período de 2010, o aumento das exportações paulistas (16,8%) ficou abaixo da média brasileira (36,0%), enquanto que nas importações, o acréscimo também foi maior no Brasil (30,2%) do que em São Paulo (26,4%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o saldo da balança comercial paulista teve aumento do déficit enquanto que o da brasileira apresentou saldos positivos.

            Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações crescentes (9,8%), atingindo US$2,58 bilhões; enquanto que as importações tiveram maior acréscimo (38,9%), somando US$1,50 bilhão, resultando em redução de 15,0% no saldo comercial em relação ao primeiro bimestre de 2010, atingindo US$1,08 bilhão³ (Figura 2). Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$9,89 bilhões para exportações de US$4,86 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 5,03 bilhões. Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos ainda se mantiveram positivos mesmo que decrescentes.
 

            A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado recuou 2,2 pontos percentuais enquanto a participação das importações aumentou 1,2 ponto na comparação do primeiro bimestre de 2010 com o mesmo período de 2011 (Figura 3).
 

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$1,62 bilhão do primeiro bimestre de 2011, com exportações de US$31,95 bilhões e importações de US$30,33 bilhões. Com isso houve expressivo aumento no saldo comercial (+671,4%), em função do aumento das exportações (36,0%) maior do que a elevação das importações (30,2%) (Figura 4). Nestes termos, os maiores preços internacionais das commodities neste início de 2011 beneficiaram as vendas externas brasileiras.
 

            No primeiro bimestre de 2011, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 23,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$11,0 bilhões (34,4% do total). Já as importações do setor elevaram-se em 43,6%, também em comparação com o primeiro bimestre de 2010, somando US$4,38 bilhões (14,4% do total). O superávit dos agronegócios do Primeiro Bimestre de 2011 foi de US$6,62 bilhões⁴, sendo 13,4% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 20,95 bilhões e importações de US$25,95 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 5,00 bilhões.
 

            As participações dos agronegócios nos totais do País recuaram em termos das exportações (-3,4 pontos percentuais) e aumentaram com relação às importações (1,3 ponto percentual) (Figura 6).
 

            A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-3,8 pontos percentuais) e também no tocante às importações (-1,1 ponto percentual) (Figura 7).
 

            Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro bimestre de 2011 representaram 23,5%, ou seja, 2,9 pontos percentuais a menos que no mesmo período em 2010, enquanto as importações representaram 34,2%, sendo 1,2 ponto percentual inferior à verificada no ano passado (Figura 8).

            Importante destacar que as exportações dos demais setores paulistas apresentaram um déficit (US$ 5,03 bilhões) maior que o nacional do mesmo segmento (US$ 5,00 bilhões), em função principalmente das exportações de minérios em função da retomada do crescimento do comércio exterior mundial e dos maiores preços das commodities.

______________________________________________________________________________
 

¹Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
 

²Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
 

³Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$1,44 bilhão.
 

⁴Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$7,80 bilhões.
 

Palavras-chave: agronegócios, balança comercial, exportações, importações.