Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Maio de 2016

De janeiro a maio de 2016, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$17,85 bilhões (24,3% do total nacional) e as importações2, US$20,29 bilhões (37,7% do total nacional), registrando um deficit de US$2,44 bilhões. Em relação a janeiro-maio de 2015, o valor das exportações paulistas aumentou 0,2% e o das importações diminuiu 27,9%, com expressiva queda no deficit comercial (-76,4%) (Figura 1).


 

Comparando-se janeiro a maio de 2016 com igual período de 2015, as exportações paulistas cresceram ligeiramente (+0,2%), enquanto as brasileiras diminuíram (-1,6%); nas importações, o decréscimo em São Paulo (-27,9%) foi menor do que no Brasil (-30,1%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 76,4%, enquanto a balança comercial brasileira – deficitária em 2015 – apresentou superavit de US$19,7 bilhões.

O agronegócio3 paulista apresentou exportações crescentes (+11,5%), atingindo US$7,08 bilhões; as importações setoriais caíram (-19,5%), somando US$1,82 bilhão, resultando em aumento de 28,6% no saldo comercial em relação aos cinco primeiros meses de 2015, atingindo US$5,26 bilhões (Figura 2).

               

 

Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$18,47 bilhões para exportações de US$10,77 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$7,70 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi bem maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo e crescente.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado subiu 4,0 pontos percentuais, enquanto a participação das importações aumentou 1,0 ponto percentual na comparação do período janeiro-maio de 2016 com o de 2015 (Figura 3).


A balança comercial brasileira registrou superavit de US$19,66 bilhões de janeiro a maio de 2016, com exportações de US$73,49 bilhões e importações de US$53,83 bilhões. O superavit comercial ocorreu em função de queda nas exportações (-1,6%) menor que a das importações (-30,1%) (Figura 4).


 

De janeiro a maio de 2016, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 7,4% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$36,67 bilhões (49,9% do total). Já as importações do setor caíram (-16,7%) também na comparação com o período de janeiro a maio de 2015, somando US$5,00 bilhões (9,3% do total). O superavit do agronegócio em janeiro-maio de 2016 foi de US$31,67 bilhões, sendo 12,6% superior ao do mesmo período do ano passado (Figura 5).


Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$36,82 bilhões e importações de US$48,83 bilhões, produziram no período um deficit de US$12,01 bilhões.

A participação do agronegócio nos totais do país aumentou em termos das exportações (+4,2 pontos percentuais) e também com relação às importações (+1,5 ponto percentual) (Figura 6).


 

A participação paulista no total da balança comercial brasileira aumentou em termos das exportações (+0,5 ponto percentual) e também no tocante às importações (+1,2 ponto percentual) (Figura 7).


Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no período janeiro-maio de 2016 representaram 19,3%, ou seja, 0,7 ponto percentual a mais que nos cinco primeiros meses de 2015, enquanto as importações representaram 36,4%, percentual inferior ao verificado no ano passado (-1,3 ponto percentual) (Figura 8).


   

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1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: jun. 2016. 

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.


Data de Publicação: 20/06/2016

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor