De janeiro a setembro de 2017, as exportações1
do Estado de São Paulo somaram US$37,95 bilhões (23,1% do total nacional)
e as importações2, US$40,72 bilhões (36,6% do total
nacional), registrando deficit de
US$2,77 bilhões. Em relação ao período de janeiro a setembro de 2016, o valor
das exportações paulistas aumentou 10,1% e o das importações cresceu 5,3%,
reduzindo em 33,9% o deficit
comercial (Figura 1). Comparando-se os primeiros nove meses de 2017 e 2016, as
exportações paulistas cresceram (+10,1%), menos do que as brasileiras (18,1%);
o mesmo comportamento nas importações, o acréscimo em São Paulo (5,3%) foi
menor do que no Brasil (7,9%). Assim, na conjunção dos desempenhos das
exportações e importações, o deficit da
balança comercial paulista registrou queda de 33,9%, enquanto o superavit da balança comercial brasileira
atingiu US$53,27 bilhões, 47,2% superior ao igual período do ano anterior.

O agronegócio3 paulista
apresentou exportações crescentes (+4,9%), atingindo US$14,43 bilhões; as
importações setoriais subiram (9,9%), somando US$3,67 bilhões, resultando em
um superavit de US$10,76
bilhões, o que representa aumento de 3,4% no saldo comercial do agronegócio em
relação aos nove primeiros meses de 2016 (Figura 2).
Destaque-se
que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio -
somaram US$37,05 bilhões e as exportações US$23,52 bilhões, gerando um deficit comercial desse agregado, de
US$13,53 bilhões de janeiro a setembro de 2017. Assim, conclui-se que o
comércio exterior paulista seria muito mais deficitário não fosse o desempenho
do agronegócio estadual.

Os cinco principais grupos
nas exportações do agronegócio paulista, no período de janeiro a setembro de
2017, foram: complexo sucroalcooleiro (US$6,52 bilhões), carnes (US$1,35
bilhão, em que a carne bovina respondeu por 75,5%), sucos (US$1,31 bilhão, dos
quais 97,1% referentes a sucos de laranja), complexo soja (US$1,28 bilhão), e produtos florestais (US$1,28 bilhão).
Esses cinco agregados representaram 81,4% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1).
Na comparação do período de janeiro a setembro de 2017
com o de 2016, tiveram crescimento as exportações paulistas de: produtos
apícolas (+56,0%); lácteos (+47,6%); rações para animais (+28,8%); bebidas
(+26,4%); produtos alimentícios diversos (+15,2%); complexo sucroalcooleiro
(+12,0%); produtos florestais (+11,4%); demais produtos de origem vegetal
(+10,1); café (+9,8%); frutas (7,2%); e produtos hortícolas, leguminosas,
raízes e tubérculos (+4,4%). Houve redução nas demais4, ou seja:
chá, mate e especiarias (-25,3%); fibras e produtos têxteis (-18,5%), couros,
produtos de couro e peleteria (-11,2%); carnes (-9,9%); produtos
oleaginosos (-7,1%); animais vivos (-7,0%); sucos (-6,0%); pescados (-5,3%); complexo soja (-3,5%); cereais, farinhas e preparações
(-3,0%); cacau e seus produtos (-2,7%); plantas vivas e produtos de
floricultura (-1,9%); e demais produtos de origem animal (-0,2%) (Tabela 1).

A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do Estado recuou 1,9 ponto percentual, e a das
importações cresceu 0,4 ponto percentual, na comparação dos primeiros nove
meses de 2016 e 2017 (Figura 3).
A
balança comercial brasileira registrou superavit
de US$53,27 bilhões no período de janeiro a setembro de 2017, com
exportações de US$164,60 bilhões e importações de US$111,33 bilhões. O aumento
no superavit comercial ocorreu em
função do aumento nas exportações (18,1%) maior do que o das importações (7,9%)
(Figura 4).


De janeiro a setembro de 2017, as exportações do
agronegócio brasileiro aumentaram 9,8% em relação à igual período do ano anterior,
atingindo US$73,99 bilhões (45,0% do total), já as importações do setor subiram
9,2%, também na comparação com os nove primeiros meses de 2016, somando
US$10,69 bilhões (9,6% do total). O superavit
do agronegócio no período foi de US$63,30 bilhões, 10,0% superior ao de janeiro
a setembro de 2016 (Figura 5). Portanto, o
comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$90,61 bilhões
e importações de US$100,64 bilhões, produziram no período um deficit de US$10,03 bilhões.

Os cinco principais
grupos do agronegócio brasileiro nas exportações de janeiro a setembro de 2017
foram: complexo soja (US$27,81
bilhões); carnes (US$11,51 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$9,50
bilhões); produtos florestais (US$8,41 bilhões); e café (US$3,79 bilhões). Esses cinco agregados responderam por
82,5% das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2).
Na comparação com janeiro a setembro de 2016,
aumentaram as exportações de: produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos (+49,0%); produtos apícolas (+46,3%); rações para animais (+19,4%);
animais vivos (+18,5%); complexo soja (18,2%), complexo sucroalcooleiro
(16,3%); produtos alimentícios diversos (15,0%); chá, mate e especiarias
(+12,1%); demais produtos de origem vegetal (+9,0%); carnes (+7,2%); frutas
(+7,1%); demais produtos de origem animal (+6,3%); bebidas (+5,1%); café
(+2,3%); e produtos oleagionosas (+2,1%). Diminuíram as exportações de: lácteos
(-27,8); fibras e produtos têxteis (-19,1%); cereais, farinhas e preparações
(-13,7%); fumo e seus produtos (-10,1%); cacau e seus produtos (-8,6%); sucos
(-5,2%); couros, produtos de couro e peleteria (-3,5%); plantas vivas e produtos
de floricultura (-2,7%); e pescados (-0,4%) (Tabela 2).

A participação do agronegócio no
total do País recuou 3,3 pontos percentuais nas exportações e nas importações
teve ligeira alta de 0,1 ponto percentual (Figura 6).
A
participação paulista no total da balança comercial brasileira decresceu em
termos das exportações (-1,6 ponto percentual) e também no tocante às
importações (-0,9 ponto percentual) (Figura 7).
Em relação ao agronegócio brasileiro, as
exportações setoriais de São Paulo de janeiro a setembro de 2017 representaram
19,5%, 0,9 ponto percentual inferior ao de janeiro a setembro de 2016, enquanto
as importações representaram 34,3%, sendo 0,2 ponto percentual superior à
representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8).

A participação do agronegócio paulista
no agronegócio nacional, de janeiro a setembro de 2017, destacou-se nos grupos:
sucos (86,3%); produtos alimentícios diversos (76,0%); complexo sucroalcooleiro
(68,6%); plantas vivas e produtos de floricultura (63,3%); demais produtos de
origem vegetal (56,4%); lácteos (56,1%); rações para animais (42,9%); produtos
oleaginosos (42,6%); demais produtos de origem animal (41,4%); bebidas (30,8%);
produtos apícolas (30,03%); e animais vivos (26,7%) (Tabela 3).
Em
relação a janeiro a setembro do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas
participações de São Paulo nos grupos: lácteos (+28,6 pontos percentuais); bebidas
(+5,2 pontos percentuais); rações para animais (+3,1 pontos percentuais);
produtos apícolas (+1,9 ponto percentual); e café (+1,0 ponto percentual). Já
as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: animais vivos (-7,3
pontos percentuais); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-6,0
pontos percentuais); produtos oleaginosas (-4,2 pontos percentuais); demais
produtos de origem animal (-2,7 pontos percentuais); complexo sucroalcooleiro
(-2,7 pontos percentuais); carnes (-2,2 pontos percentuais); couros, produtos
de couro e peleteria (-1,7 ponto percentual); e complexo soja (-1,0 ponto
percentual) (Tabela 3).

1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final.
2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador.
3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em:
<http://agrostat2.agricultura.gov.br/index.htm>. Acesso em: nov. 2017.
4Sem considerar a variação do grupo
de fumo e seus produtos (sem exportações nos nove primeiros meses de 2016 no Estado
de São Paulo).
Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações.
