Preços agrícolas sobem 2,62% na segunda quadrissemana de outubro

            Os preços agrícolas subiram 2,62% na segunda quadrissemana de outubro, com alta de 1,64 ponto percentual em relação à anterior. O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) manteve a tendência de alta, em função da elevação dos preços dos produtos vegetais e animais e das cotações internacionais de algumas commodities, como café, suco de laranja e açúcar. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de setembro.
 

Quadrissemana 
Variação dos Preços Agrícolas (%)
1ª Quadrissemana / setembro
+0,68
2ª Quadrissemana / setembro
+0,72
3ª Quadrissemana / setembro
+1,50
4ª Quadrissemana / mês de setembro
+0,77
1ª Quadrissemana / outubro
+0,68
2ª Quadrissemana / outubro
+2,62

            No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde julho último.

            Na segunda quadrissemana de outubro, os preços agrícolas apresentaram as seguintes variações, por produto:
 

Produto
Variação quadrissemanal (%) 
Algodão
-2,78
Amendoim
7,27
Arroz
0,00
Banana
-6,46
Batata
9,52
Café
6,06
Cana-de-açúcar
4,76
Cebola
-46,15
Feijão
42,59
Laranja
7,29
Milho
-5,00
Soja
-8,57
Tomate
-31,58
Trigo
-8,62
Aves
17,24
Boi gordo
-0,33
Leite
0,00
Ovos
-9,09
Suínos
1,81

Fonte: NBM/IEA

            O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos na segunda quadrissemana de outubro, foi o seguinte:
 

Grupo
Variação (%) 
Grãos + café
1,59
Frutas
5,95
Olerícolas
-16,14
Produtos de Origem Vegetal
3,00
Produtos de Origem Animal
1,95
Total do IPR
2,62

Fonte: NBM/IEA

            Dos 19 produtos analisados, oito apresentaram crescimento no preço (amendoim, batata, café, cana-de-açúcar, feijão, laranja, aves e suíno), enquanto nove tiveram reduções (algodão, banana, cebola, milho, soja, tomate, trigo, boi e ovos). O destaque de alta foi o preço do feijão (+42,59%), enquanto a queda mais expressiva ocorreu na cebola (-46,15%).
            Entre os produtos de origem vegetal, o aumento nos preços de grãos e frutas puxou o preço do grupo em 3,00%, apesar da redução nas cotações das olerícolas. Já no segmento animal, o aumento nas cotações de aves (frango) e suínos, reforçado pela menor queda no boi e nos ovos, elevou em 1,95% o preço do grupo, a primeira variação positiva nas últimas oito semanas. O resultado foi a alta de 2,62% no índice geral (IPR).
            O preço do trigo continua em queda, em função do aumento da oferta mundial, com cotações descendentes e a baixa efetividade dos instrumentos de política agrícola do governo federal para o setor. Assim, os preços recebidos estão muito abaixo do preço mínimo de garantia. Com o câmbio atual e os preços internacionais (US$ 125,00/t na Argentina), inviabilizam-se as exportações do produto. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico seguinte:

Data de Publicação: 18/10/2004

Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor