Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2025


1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

No acumulado de janeiro a setembro de 2025, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$52,45 bilhões (20,3% do total nacional), e as importações2, US$65,38 bilhões (30,8% do total nacional), registrando déficit comercial de US$12,93 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2024, houve queda nas exportações (-0,6%) e aumento nas importações (+15,6%); essa conjunção de desempenhos resultou no acréscimo do déficit (+238,5%) no saldo da balança comercial paulista.


1.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial do agronegócio3, no acumulado de janeiro a setembro de 2025 na comparação com igual período do ano anterior, o setor paulista apresentou redução nas exportações (-8,6%), alcançando US$21,15 bilhões, e aumento nas importações (+2,4%), totalizando US$4,34 bilhões; com esses resultados, o saldo da balança comercial obteve um superávit de US$16,81 bilhões, 11,1% inferior em relação a janeiro a setembro de 2024 (Figura 1).

Contribuíram para os resultados negativos do agro paulista, de janeiro até setembro de 2025, as menores exportações do setor sucroalcooleiro em relação ao ano anterior, com maior disponibilidade do açúcar no mercado internacional e consequente reduções de preços das commodities do açúcar bruto e do refinado; e também as exportações para os Estados Unidos, que apesar do resultado positivo de 13,0% no período analisado, registraram quedas nos meses de agosto de 2025 (-14,6%) e setembro de 2025 (-32,7%), por conta do tarifaço de 50% iniciado em 6 de agosto de 2025 pelo governo americano para os produtos do agro com exceção do grupo de sucos.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado nos nove primeiros meses de 2025 ficou em 40,3%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 6,6% (Figura 1). Em relação a janeiro a setembro de 2024, as participações recuaram 3,6 pontos percentuais nas exportações e 0,9 p.p. nas importações.

Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$31,30 bilhões, e as importações, US$61,04 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$29,74 bilhões de janeiro a setembro de 2025. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$16,81 bilhões).

 

1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista de janeiro a setembro de 2025 foram: complexo sucroalcooleiro (US$6,32 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 92,1% e o álcool etílico – etanol, 7,9%), setor de carnes (US$3,15 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 84,9%), produtos florestais (US$2,21 bilhões com participações de 54,5% de celulose e 36,4% de papel), o grupo de sucos (US$2,15 bilhões, dos quais 97,7% referentes a suco de laranja), e o grupo complexo soja com vendas de US$2,10 bilhões (80,8% referentes a soja em grão e 14,0% de farelo de soja). Esses cinco agregados representaram 75,4% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Destaque para o grupo de café (tradicional nas exportações paulistas), encontra-se na sexta posição com vendas de US$1,35 bilhão (75,8% referentes ao café verde e 20,2% de café solúvel).



Ainda de acordo com a tabela 1, de janeiro a setembro de 2025, na comparação com igual período de 2024, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos para os grupos de café (+43,4%), setor de carnes (+26,3%) e sucos (+4,6%), e quedas nos grupos de complexo sucroalcooleiro (-33,6%), dos produtos florestais (-5,6%) e complexo soja (-0,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

 

1.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista

Os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2025 frente ao mesmo período do ano anterior são apresentados na tabela 2.

Desses grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (29,9%) nas exportações paulistas. No total, o grupo apresentou quedas de 33,6% em valores e 25,4% em volumes exportados, acompanhando as menores vendas externas do açúcar (-34,1% em valores e -25,2% em volume), principal produto do grupo, com desvalorizações nos preços médios de 11,2% para açúcar em bruto e 15,9% para o refinado, quando comparados a janeiro a setembro de 2024. Para o álcool, os embarques apresentaram variações negativas de 28,7% em volume e de 26,8% em valores. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais compradores: China (13,2%), Índia (7,1%), Arábia Saudita (6,3%), Indonésia (5,8%), Bangladesh (5,6%), Emirados Árabes Unidos (5,5%), Nigéria (5,4%), Egito (4,7%), Marrocos (4,1%), Argélia (3,7%), Coreia do Sul (3,4%), e Iraque e Malásia (3,3%, cada um); os demais países representam 28,6%.

O grupo de carnes ocupa a segunda posição na pauta paulista, com 14,9% de representatividade, com altas em valores (+26,3%) e em volumes embarcados (+10,2%) em relação aos nove primeiros meses de 2024. A carne bovina, principal produto com 84,9% de contribuição no grupo, registrou aumentos de 27,8% em valores e de 9,7% no volume exportado. Para a carne de frango, segundo produto com 12,2% de participação no grupo, o desempenho obtido foi positivo nas vendas em valores (+11,4%) e em volumes (+8,4%). A carne suína (1,2% de participação) apresentou resultados de recuperação em valores (+298,9%) e na quantidade embarcada (+210,9%), devido às maiores compras da Filipinas (6 mil toneladas do produto). Os principais destinos em participação são China (45,1%), Estados Unidos (12,7%), União Europeia (7,5%), Filipinas (4,1%), México (3,4%), Hong Kong (3,1%), Arábia Saudita (3,0%) e Chile (1,8%), enquanto os demais países compradores representam 19,3%.

Na terceira posição nos nove primeiros meses de 2025, aparece o grupo produtos florestais, com 10,5% de participação. Seu desempenho foi de queda em valores (-5,6%) e na quantidade embarcada (-2,2%) em relação a igual período do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentaram perdas em valores (-5,3%) e menores embarques (-3,8%). Já o subsetor de papel mostrou variação negativa para os valores
(-9,6%) e estabilidade no volume (0%).
O principal destino em participação de valores exportados é a China (38,3%), seguida de União Europeia (12,8%), Estados Unidos (10,9%), Argentina (5,2%), Peru (4,6%), Reino Unido (3,4%), e Chile e Colômbia (3,2%, cada um); outros países somam 18,4% de participação.

O grupo de sucos se apresenta na quarta posição com 10,2%, de representatividade na pauta paulista. O suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou quedas de 5,1% no valor e de 33,0% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor brix <=20), as vendas externas apresentaram ganho em valores (+12,7%) e queda em volumes (-10,8%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram altas em valores de 2,8% e queda de 10,6% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores (+4,6%), puxados pela valorização dos preços médios dos sucos no período analisado (FCOJ 41,7%, NFC 26,3% e outros sucos de laranja não fermentados 15,1%), uma vez que houve diminuição nos volumes embarcados do grupo (-12,8%); esse cenário é reflexo da menor produção dos países produtores de laranja na safra 2024/25. Os maiores compradores desse grupo são: União Europeia (47,2%), Estados Unidos (44,1%), China (3,3%) e Japão (2,6%); os demais compradores têm 2,8% de participação.

Para o grupo composto pelo complexo soja (5ª posição e 9,9% de participação), os dados no acumulado de janeiro a setembro de 2025 apontam aumento nos embarques (+9,0%) e queda em valores (-0,8%), em função dos resultados da soja em grão, principal produto do grupo, que apresentam expansão nos volumes (+10,0%) e nos valores (+1,5%), e do farelo de soja, com redução em valor (-14,2%) e maior quantidade exportada (+6,0%), quando comparados ao mesmo período de 2024. A China aparece como principal destino em termos de participação de valores (70,1%), seguida de União Europeia (5,2%), Indonésia e Tailândia (3,9%, cada um), Índia (3,8%) e Irã (3,2%); os demais importadores somam 9,9%.

Para o grupo do café, que teve 6,4% de participação na pauta paulista, os resultados apontaram crescimentos de 43,4% nos valores e queda de 12,5% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, que registrou aumentos nas vendas externas de 52,1% em valores e redução de 11,9% em quantidades exportadas pelo estado. A alta de 72,7% no preço médio verificado no período analisado justifica o desempenho positivo. Já o café solúvel obteve incremento de 18,1% em valores e queda de 17,8% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 44,7% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (16,0%), Japão (6,5%), Canadá (4,4%) e Argentina (4,2%); os demais países participam com 24,2%.


1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista    

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2025, a China se apresenta como o principal destino das exportações do estado de São Paulo, com US$5,12 bilhões. Ela deteve 24,2% de participação no total do agro paulista e registrou variação positiva de 9,8% em relação a igual período do ano de 2024. Na segunda posição aparece a União Europeia (US$3,04 bilhões, 14,4% de participação e variação positiva de 3,8% no período analisado), seguida dos Estados Unidos (US$2,69 bilhões participação de 12,7% e variação positiva 13,0%). Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Índia (2,9%), Arábia Saudita (2,5%), Indonésia (2,3%), Bangladesh (2,1%), Emirados Árabes Unidos (2,0%), Egito (1,7%) e Nigéria (1,6%). A tabela 3 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas nos nove primeiros meses de 2025, que somados representam 80,0% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

 

Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos complexo soja (28,8%), carnes (27,7%), produtos florestais (16,6%) e sucroalcooleiro (16,3%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (33,4%, basicamente suco de laranja) e destaques para café (19,9%) e produtos florestais (9,3%). Já os Estados Unidos têm uma pauta mais diversificada, composta principalmente pelos sucos (35,1%), grupo das carnes (14,8%), produtos florestais (9,0%), café (8,1%), sucroalcooleiro (6,4%) e os demais grupos (26,6%). Na sequência, os países que ocupam da 4ª até a 10ª posição têm elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, todos acima de 70,0% de representatividade.

Sobre as exportações do agro paulista para os Estados Unidos, vale destacar que, no acumulado de janeiro a setembro de 2025, foram registradas vendas de US2,69 bilhões, crescimento de 13% em relação a igual período de 2024. Esse crescimento se deu nos primeiros sete meses de 2025 (vendas de US2,24 bilhões e variação positiva 25,2%), antes do tarifaço de 50% iniciado em 6 de agosto pelo governo americano. Já nos meses de agosto e setembro de 2025, as exportações do agro paulista caíram 14,2% e 32,7%, respectivamente, na comparação mensal com os mesmos meses de 2024.


1.5 - Importações do Agronegócio Paulista

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2025 foram: papel (US$327,45 milhões), seguido de salmões (US$321,38 milhões), trigo (US$245,28 milhões, sendo importadas 1,03 milhão de toneladas, aumento de 8,8% em relação a igual período de 2024) e vestuários e outros produtos têxteis (US$175,79 milhões). Das mercadorias da pauta do estado de São Paulo, destaca-   -se a borracha natural, que apresenta aumentos nas quantidades importadas (+57,3% no período analisado) - esses aumentos foram significativos em 2025, totalizando 73,3 mil toneladas. Em 2024, a importação foi menor em relação aos anos anteriores, mas em setembro de 2025 houve redução de 40% nas compras importadas, desacelerando este movimento. A figura 2 apresenta os dez principais itens que representam 44,3% (US$1,92 bilhão) do total importado (US$4,34 bilhões).

 

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$45,48 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2025, com exportações de US$257,79 bilhões e importações de US$212,31 bilhões. Esse resultado apresenta queda de 22,5% no superávit em relação ao mesmo período de 2024, quando alcançou US$58,71 bilhões (Figura 3).

2.2 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de 2025 (Figura 3) aumentaram 0,7% em relação a igual período do ano anterior, alcançando o valor de US$126,59 bilhões (49,1% do total nacional). As importações subiram 5,4% no período, registrando US$15,25 bilhões (7,2% do total nacional).

O saldo da balança comercial dos agronegócios registrou superávit de US$111,34 bilhões de janeiro a agosto de 2025, mantendo-se estável na comparação com o mesmo período de 2024 (Figura 3).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$131,20 bilhões e importações de US$197,06 bilhões, produziram um déficit de US$65,86 bilhões nos nove primeiros meses de 2025.

 

2.2 – Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de 2025 foram: complexo soja (US$44,54 bilhões, tendo a soja em grão com 83,9% de participação e 13,4% do farelo de soja), carnes (US$22,53 bilhões, com as carnes bovina, de frango e suína representando desse total, respectivamente, 54,8%, 31,0% e 11,9%), produtos florestais (US$12,42 bilhões, com participações de 61,4% de celulose e 23,8% de madeira), grupo de café, com vendas de US$11,23 bilhões (91,8% referentes ao café verde e 7,3% de café solúvel) e grupo sucroalcooleiro (US$10,93 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,0% e o álcool etílico – etanol, 6,9%). Esses cinco grupos agregados representaram 80,3% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4). Na sexta posição aparece o grupo de cereais, farinhas e preparações (US$6,00 bilhões, dos quais o milho em grão representou 80,2% do grupo).

Ainda conforme a tabela 4, na comparação com janeiro a setembro de 2024, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque positivo para os grupos café (+34,4%) e carnes (+19,4%), enquanto os grupos de complexo sucroalcooleiro (-25,6%), grupo de fibras e produtos têxteis (-9,7%), cereais, farinhas e preparações (-6,5%), complexo soja (-5,8%)
e florestais (-3,1%) apresentaram reduções. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.
 

 

 


2.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro

A tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas respectivas variações de janeiro a setembro de 2025, em comparação com o mesmo período em 2024.

Desses grupos relevantes, aparece na primeira posição na pauta brasileira o grupo complexo soja (35,2% de participação). No período em análise, as vendas externas recuaram 5,8% em valores e avançaram 4,4% em volumes exportados. A soja em grão apresentou perdas de 4,1% nos valores e aumentos de 4,8% nas quantidades exportadas. Para o óleo de soja, os embarques registraram ganhos em receitas de 22,8% e de 11,4% em volumes, enquanto o farelo de soja teve variação negativa de 18,9% em valores e positiva de 1,5% em volume. A China representa 65,3% das compras em valores desse grupo, seguida por União Europeia (11,7%), Tailândia (4,2%), Indonésia (2,3%), Índia (1,9%), e Turquia e Vietnã (1,6%, cada um); os demais países importadores somam 11,4%.

O grupo de carnes, na segunda posição (17,8% de participação), apresentou ganhos de 19,4% em valores e 5,6% em volume em relação a janeiro a setembro de 2024. A carne bovina teve aumentos em valores (+35,1%) e no volume exportado (+15,5%). Para a carne de frango, foram registradas queda em valores (-2,1%) e nos embarques (-1,6%) e, para carne suína, crescimentos em valores (+25,0%) e na quantidade (+14,5%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino, com 30,5% das compras de carnes; na sequência aparecem Estados Unidos (5,9%), México (5,2%), União Europeia (5,0%), Filipinas (4,9%), Japão e Arábia Saudita (4,2%, cada um); os demais países somam 40,1% de participação.

Na terceira posição aparece o grupo produtos florestais (9,8% de participação), de janeiro a setembro de 2025 registrou perda para valores (-3,1%) e ganho no volume exportado (+7,2%). As variações de valores e volume foram de, respectivamente, -2,2% e +15,0% para a celulose (principal item do grupo), de -5,0% e -10,4% para a madeira, e -3,4% e +3,8% para o papel. Os principais países importadores deste grupo são China (30,0%), Estados Unidos (19,9%), União Europeia (18,5%), Argentina (3,1%), México (2,8%), Peru e Reino Unido (1,6%, cada um); os demais países participam com 22,5%.

O grupo do café na quarta posição (8,9% de participação) apresentou aumento em valores (+34,4%) e queda nas quantidades (-18,9%), puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de 34,7% em valores, e recuo de -19,4% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa 44,9% desse grupo, seguida por Estados Unidos (15,0%), Japão (6,4%), Turquia (3,5%), Rússia (3,1%), Coreia do Sul (2,6%) e China (2,3%); os demais países somam 22,2% de participação.


Na quinta posição e 8,6% de participação, aparece o grupo sucroalcooleiro, que no acumulado de janeiro a setembro de 2025 registrou quedas de 25,6% em valores e 16,9% em volumes exportados, devido às menores exportações do açúcar (-26,7% em valores e de -17,2% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram reduções em valores
(-8,0%) e em volumes (-9,2%), quando comparados com o mesmo período do ano anterior.
Assim como no estado de São Paulo, os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam a sequência composta por China (12,5%), Índia (7,0%), Argélia (5,9%), Indonésia (5,6%), Bangladesh (5,4%), Emirados Árabes Unidos (5,1%), Nigéria e Arábia Saudita (4,8%, cada um), Malásia (4,2%) e Egito (3,8%); os demais países importadores somam 40,9% de participação.

O grupo de cereais, farinhas e preparações (4,7% de participação) obteve resultados negativos em valores (-6,5%) e em quantidades embarcadas (-6,7%). O milho em grão, principal item do grupo com 80,2% de representatividade, registrou quedas em volume
(-4,3%) e em valores (-2,7%). Os principais destinos são Irã (18,2%), Egito (13,9%), Vietnã (10,7%), União Europeia (10,2%), Arábia Saudita (4,3%), China (3,4%), Marrocos (3,2%), Argélia (3,0%), e Bangladesh e Venezuela (2,7%, cada um), restando 27,7% de participação para os demais países.

 

2.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de 2025, a China (US$43,27 bilhões, 34,2% de participação e variação positiva de 4,5% em relação ao ano anterior) é o principal destino das exportações do Brasil, seguida da União Europeia (US$18,46 bilhões, 14,6% de participação e variação positiva de 5,7%) e dos Estados Unidos (US$9,13 bilhões, participação de 7,2% e variação positiva de 7,6%). A tabela 6 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras, que somados representam 83,0% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.         A China importou principalmente produtos do complexo soja (67,3%), carnes (15,9%) e produtos florestais (8,6%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações, predominam os produtos do complexo soja (28,3%) e do grupo café (27,3%), e destaques para produtos florestais (12,5%) e o grupo de sucos (6,4%, principalmente laranja) inserido nos demais grupos (20,7%). Já os Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente os grupos produtos florestais (27,0%), café (18,4%), carnes (14,5%) e demais grupos (35,5 %, tendo o grupo de sucos com 12,0%).

2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a setembro de 2025 foram: trigo (US$1,23 bilhão, contabilizando 5,25 milhões de toneladas, 2,0% superior ao volume importado em relação ao mesmo período de 2024), papel (US$776,93 milhões) e óleo de dendê e de palma (US$662,43 milhões). Na sequência aparecem salmões (US$638,62 milhões), vestuários e outros produtos têxteis de algodão (US$593,26 milhões), leite em pó (US$508,39 milhões), azeite de oliva (US$449,55 milhões) e cacau inteiro ou partido (US$421,79 milhões), apresentando alta de 85,8% no volume, sendo importados 42,2 mil toneladas somente nos seis primeiros meses de 2025, justificado pelo aumento da demanda e baixa disponibilidade da mercadoria interna no período. A figura 4 apresenta os dez principais produtos que representam 39,9% (US$6,08 bilhões) do total importado (US$15,25 bilhões).

 

3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) de janeiro a setembro de 2025 registrou queda de 0,4 ponto percentual nas exportações e aumento de 2,0 p.p. nas importações, apontando valores de 20,3% nas exportações e de 30,8% de representatividade para as importações (Figura 5).

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo nos nove primeiros meses de 2025, representaram 16,7% em relação ao agronegócio brasileiro, 1,7 p.p. menor ante a igual período do ano anterior; as importações caíram 0,8 p.p., passando de 29,3% para 28,5% (Figura 5).

A tabela 7 apresenta a participação dos grupos do agronegócio paulista comparativamente aos do agronegócio nacional, de janeiro a setembro de 2025, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (85,1%), produtos alimentícios diversos (69,4%), plantas vivas e produtos de floricultura (65,9%), demais produtos de origem vegetal (61,2%) e complexo sucroalcooleiro (57,9%).

 

 

 

Em relação aos principais estados exportadores em valores, São Paulo ocupa a segunda posição com 16,7% de participação, atrás de Mato Grosso (17,4%), Minas Gerais (11,4%), Paraná (10,5%), Rio Grande do Sul (8,4%) e Goiás (7,0%) (Figura 6). Esses seis estados somados representam 71,4% das exportações totais do agro brasileiro nos nove primeiros meses de 2025.

Quanto à composição dos principais grupos de produtos exportados pelas unidades da federação, o estado de Mato Grosso concentra 87,4% das suas exportações em três principais grupos: complexo soja (62,4%), carnes (13,5%) e cereais, farinhas e preparações (11,2%). O grupo complexo soja também é o principal grupo exportado nos estados de Goiás (60,7%), Paraná (38,4%) e Rio Grande do Sul (32,5%), enquanto em Minas Gerais o café é o principal grupo (53,7%), seguido do complexo soja (18,1%).

 

1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção Tabela de Agrupamentos em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2025.  Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: out. 2025.


Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo.


 

 

 COMO CITAR ESTE ARTIGO

ANGELO, J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2025. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 10, p. 1-19, out. 2025. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.

Data de Publicação: 31/10/2025

Autor(es): José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor