No primeiro semestre de 2005, as exportações do Estado de São Paulo¹ somaram US$ 17,19 bilhões (32,0% do total nacional), e as importações² US$ 14,01 bilhões (41,2% do total nacional), registrando superávit de US$ 3,18 bilhões. Esse resultado consolida a tendência de superávits consecutivos e crescentes que interromperam a seqüência de déficits observados na balança comercial paulista até recentemente. Em relação ao primeiro semestre de 2004, o valor das exportações paulistas aumentou 23,0% e o das importações 9,4% (gráfico 1). O desempenho paulista de crescimento nas exportações (+23,0%), na comparação entre os primeiros semestres de 2004 e de 2005, foi inferior a brasileira (+23,9%). Nas importações ocorreu a mesma tendência, com menor incremento em São Paulo (+9,4%) do que no Brasil (+20,2%). Assim, na conjunção das performances das exportações e importações no primeiro semestre de 2005 em relação ao mesmo período de 2004, o aumento do saldo da balança comercial paulista foi maior (+174,1%) que o da brasileira (+31,0%).

            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes no período (+21,4%), atingindo US$ 5,50 bilhões, enquanto as importações aumentaram 3,1%, somando cerca de US$ 1,67 bilhão, com saldo de US$ 3,83 bilhões³, 31,6% maior do que o do primeiro semestre de 2004. As aquisições de produtos estrangeiros relacionados ao agronegócio, realizadas a partir de São Paulo, tiveram crescimento menor (+3,1%) que as importações totais estaduais (+9,4%). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 12,34 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 0,65 bilhão no primeiro semestre de 2005. Disso conclui-se que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio estadual.
            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 0,4 ponto percentual, enquanto a participação das importações diminuiu 0,7 ponto percentual (gráfico 2).

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 19,67 bilhões no primeiro semestre de 2005, com exportações de US$ 53,68 bilhões e importações de US$ 34,01 bilhões. Esse superávit, 31,0% maior do que o do mesmo período em 2004, resultou de aumento nas exportações (+23,9%) superior ao das importações (+20,2%). As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 9,8% em relação ao primeiro semestre do ano anterior, atingindo US$ 21,52 bilhões (40,1% do total). Já as importações do setor cresceram 0,4%, também em comparação com janeiro a junho de 2004, somando US$ 4,49 bilhões (13,2% do total). O superávit do agronegócio no primeiro semestre de 2005 foi de US$ 17,03 bilhões⁴, 12,6% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 3).

            As participações das exportações e das importações do agronegócio nos totais do País diminuíram (gráfico 4), em decorrência do avanço das transações externas de outros setores.

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo nos seis primeiros meses de 2005 representaram cerca de 25,6%, com 2,5 pontos percentuais a mais do que no primeiro semestre de 2004, enquanto as importações representaram 37,2%, também 1,0 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 5).

            Os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista, no primeiro semestre de 2005, foram: cana e sacarídeas (US$ 1,38 bilhão), bovídeos (US$ 1,26 bilhão); produtos florestais (US$ 0,70 bilhão), frutas (US$ 0,58 bilhão, sendo o suco de laranja com US$ 0,55 bilhão); cereais/leguminosas /oleaginosas (US$ 0,31 bilhão); e café e estimulantes (US$ 0,27 bilhão).
            Em âmbito nacional, os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio foram: cereais / leguminosas / oleaginosas (US$ 4,69 bilhões); produtos florestais (US$ 3,72 bilhões); bovídeos (US$ 3,02 bilhões); suínos e aves (US$ 2,21 bilhões); cana e sacarídeas (US$ 2,09 bilhões); café e estimulantes (US$ 1,63 bilhão); e frutas (US$ 0,91 bilhão).
            A quantidade exportada⁶ de produtos do agronegócio brasileiro cresceu 2,4% no primeiro semestre de 2005, quando comparada com a do mesmo período de 2004, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo aumentou 11,6%. Os preços dos produtos exportados pelo agronegócio subiram 7,2% em nível nacional e 8,7% no âmbito de São Paulo.
            Entre os produtos que apresentaram crescimento de quantidades exportadas, destacaram-se no agronegócio, em nível nacional: açúcar (35,7%), carnes (24,3%), laranja (18,6%), fumo (14,2%) e café (10,4%). No caso das exportações paulistas verificou aumento nas quantidades exportadas no agronegócio do: açúcar (39,4%), laranja (18,8%), café (11,8%), couro e peleteria (15%) e fumo e carnes (10,4%).
            Cerca de 53,8% do valor das exportações do agronegócio no primeiro semestre de 2005 corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados). No Estado de São Paulo, a participação de produtos do agronegócio industrializados foi bem maior (76,1% do total), evidenciando índices superiores de agregação de valor.
            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no período de janeiro a junho de 2005, representando 57,8% do valor total de exportações nacionais de mercadorias do agronegócio. No caso do Estado de São Paulo, esse grupo correspondeu a 48,3% e o de bens de consumo a 47,0% do valor total.
            Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.

Tabela 1 - Brasil - Balança Comercial, Janeiro a Junho, 2004 e 2005
( US$ bilhão)