Importações dos agronegócios: perfil de agregação de valor, janeiro a setembro de 2006

 

            As importações dos agronegócios paulistas cresceram de US$ 2,70 bilhões para US$ 3,17 bilhões quando se comparam os acumulados de janeiro a setembro de 2005 e de 2006. Ao focar o conjunto do Brasil, a evolução no mesmo sentido foi de US$ 7,33 bilhões para US$ 8,38 bilhões em períodos similares. As compras setoriais paulistas cresceram 17,3% e as brasileiras, 14,4%, com a participação estadual aumentando de 36,9% para 37,8% das importações dos agronegócios, no período analisado (figura 1).

Figura 1 - Importações dos agronegócios, São Paulo e Brasil, Janeiro a Dezembro, 2005 e 2006

 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao detalhar a análise das importações dos agronegócios brasileiros segundo os perfis de agregação de valor, nota-se que os produtos básicos tiveram incremento de 23,8% nos valores despendidos. Estes evoluíram de US$ 1,77 bilhão para US$ 2,19 bilhões na comparação entre os acumulados de janeiro a setembro de 2005 e 2006. Os manufaturados mostraram acréscimo inferior, atingindo 14,7%, ao aumentar de US$ 4,47 bilhões para US$ 5,13 bilhões em igual espaço de tempo. Nos semi-manufaturados, as compras externas retrocederam em 2,5%, de US$ 1,09 bilhão para US$ 1,07 bilhão (figura 2).

Figura 2 - Importações dos agronegócios segundo perfil de agregação de valor, Brasil, Janeiro a Setembro, 2005 e 2006

 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            No caso paulista, a evolução dos dispêndios com compras no exterior de produtos e insumos dos agronegócios mostra-se com a mesma tendência. As compras de produtos básicos aumentaram 28,3%, passando de US$ 630 milhões de janeiro a setembro de 2005 para US$ 808 milhões em igual período de 2006. As aquisições de manufaturados também cresceram de 1,81 bilhão para US$ 2,10 bilhões (+15,5%). No semimanufaturados, ocorreu pequeno incremento de US$ 260 milhões para US$ 268 milhões (+3,1%) (figura 3).

Figura 3 - Importações dos agronegócios segundo perfil de agregação de valor, São Paulo, Janeiro a Setmebro, 2005 e 2006

 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao comparar os perfis de agregação de valor das importações dos agronegócios, verifica-se que existe uma grande similaridade entre o Estado de São Paulo e o conjunto do Brasil. A proporção de produtos processados (manufaturados mais semi-manufaturados) é muito próxima tanto em 2005 (76,7% para São Paulo e 75,8% para o Brasil) quanto em 2006 (74,5% para o Estado e 73,9% para o Brasil) (figura 4).

Figura 4 - Comparação entre os perfis de agregação de valor nas importações dos agronegócios, São Paulo e Brasil, Janeiro a Setembro, 2005 e 2006

 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Os perfis de agregação de valor das importações dos agronegócios revelam-se similares na comparação entre São Paulo e o conjunto do Brasil. O desempenho é distinto daquele encontrado para a mesma comparação quando a referência são as exportações setoriais, cujo perfil de agregação de valor paulista se mostra superior . Em linhas gerais, as compras externas paulistas e brasileiras concentram-se em produtos de maior valor agregado com variação significativa entre os grupos de cadeias de produção.
            Ressalte-se também que a elevada participação paulista nas importações brasileiras dos agronegócios decorre do fato de que se concentra nesta unidade da federação a principal estrutura agroindustrial produtora de bens de capital e insumos, o que exige aquisições no exterior de peças e matérias-primas. Além disso, por ser o maior mercado consumidor brasileiro, concentra as importações de alimentos para o abastecimento interno, destinados (ou não) ao processamento.

Anexos: Tabela 1 e Tabela 2 

Data de Publicação: 26/10/2006

Autor(es): Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor