A erosão hídrica atinge praticamente 80% da área cultivada no Estado de São Paulo, o que significa a perda de 194 milhões de toneladas de terra por ano, afetando diretamente a produtividade agrícola. Além disso, prejudica o abastecimento de água à população pelo transporte da terra aos mananciais e cursos de rios. A reversão desse quadro passa, prioritariamente, no setor agrícola, pelo planejamento conservacionista das propriedades. Nesse sentido, neste trabalho propõe-se analisar, a nível de propriedade típica, a viabilidade econômica dos investimentos previstos para a implantação de tecnologias alternativas de manejo de solo e água e intensificação do uso da terra, visando oferecer opções rentáveis aos agricultores, a partir de um processo de produção mais racional no que diz respeito ao uso dos recursos naturais. Para isso, formularam-se dois modelos de propriedade, representativos de diversas regiões agrícolas do Estado, os quais apresentaram os seguintes resultados: no modelo I a taxa interna de retorno incremental é de 25% a.a. e no modelo II é de 32% a.a., para as alternativas tecnológicas conservacionistas propostas, e um horizonte de planejamento de 20 anos, o que demonstra a viabilidade econômica dos investimentos. O aumento da renda bruta, decorrente do incremento nas produtividades das explorações com as novas alternativas tecnológicas é, no modelo I, da ordem de 43% até o 5º ano, quando se estabiliza e, no modelo II é de 49% até o 10º ano, quando se mantém constante, acarretando fluxo adicional de US$8.763,00 e de US$7.135,00 anuais, respectivamente, após a estabilização da produção. Os resultados são, portanto, indicativos de que os retornos econômicos aos investimentos em sistemas de produção alternativos, envolvendo práticas conservacionistas, são compensadores aos agricultores, gerando, adicionalmente, externalidades positivas ao meio ambiente.